Você sabe pra que serve a cânfora? Venha conhecer

canfora-de-jardimA cânfora (Cinnamomun canphora) possui ação analgésica, pode participar no tratamento de reumatismo, possui atividade antimicrobiana e antioxidante, além de servir para assepsia e desmaios. Trata-se de uma planta originária da Ásia e é descrita como uma árvore que alcança cerca de 50 metros de altura e 2,5 metros de diâmetro do tronco. Possui folhas verdes, com tronco forte e rugoso além das várias ramificações em forma de galhos e flores brancas em forma de estrela. Suas folhas são bastante tóxicas devendo assim ser evitado seu uso interno.

Todas as suas formas de uso são realizadas a partir do álcool canforado, que é fabricado a partir de:

– 6 cubos de cânfora;

– 1 litro de água;

Os cubos de cânfora devem ser colocados em 1 litro de água, os deixando dissolver por dois dias. Este álcool é aplicado de diferentes maneiras dependendo do efeito que se deseja ter no paciente. Nos casos de reumatismo, o álcool ou as folhas são utilizadas em infusão, fazendo fricções. Para ação analgésica se usa o álcool ou as folhas em tintura. Para assepsia usa-se somente o álcool na área desejada, e para desmaios deve-se colocar o álcool próximo as narinas do paciente para que ele sinta o cheiro.

Não se deve esquecer que a cânfora, é uma planta altamente tóxica, que possui componentes químicos voláteis. Sua inalação trás efeitos adversos no Sistema Nervoso Central, podendo também ocasionar problemas na respiração ou convulsões.

 

Referências:

RODRIGUES HG, MEIRELES CG, LIMA, JTS, TOLEDO GP, CARDOSO JL,  GOMES SL. Efeito embriotóxico, teratogênico e abortivo de plantas medicinais. Revista Brasileira de plantas medicinais. 2011; 13 (3): 359-366.

Scapin CR, Carnelossi PR, Vieira RA, Schwan-Estrada KRF, Cruz MÊS. Fungitoxidade in vitro de extratos vegetais sobreExserohilum turcicum (Pass) Leonard & Suggs. Revista Brasileira de Plantas Medicinais. 2010; 12(1):  57-61.

Mezzomo,M;et all.Atividade antifugica do óleo essencial de Cinnamonum canphora var.Linaloolifera sobre colletotrichum gloesporioades na cultura do pimentão.cadernos de agroecologia-ISSN.2236-7934,vol.8,no2,nov,2013.

Ginkgo Biloba: uma planta milenar

O Ginkgo Biloba é uma planta milenar, considerada um fóssil vivo e é a única espécie sobrevivente da família Ginkgoaceae. É uma planta muito resistente a poluição, fungos e pragas. Ao longo da história tem desempenhado diversas funções no cotidiano da população. Típica dos países asiáticos, era utilizada como ornamento, alimentação, carpintaria e também em rituais, mas teve seu principal uso para fins medicinais.

O efeito do Ginkgo dá-se principalmente no Sistema Nervoso Central protegendo e ativando as funções cerebrais através do seu poder vasodilatador e antioxidante que melhoram as neurotransmissões. Os principais componentes ativos que proporcionam esse efeito são os flavonóides, mais precisamente a quercentina que tem potencial antioxidante, e os terpenóides que tem atividade antiplaquetária, reduzindo a viscosidade do sangue, dessa forma melhorando a circulação e a microperfusão.

Com isso, o Ginkgo Biloba tem atuação sobre organismo de maneira que melhora a cognição, o humor, a memória, os reflexos motores, o envelhecimento, desordens neurológicas e distúrbios circulatórios.

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Referências:

DIAMONDS, B. J. et. al. Ginkgo biloba Extract: Mechanisms and Clinical Indications. Arch. phys. med. Rehabil; Chicago, v. 81, p.668 – 678. mai. 2000.

MILLS, S; BONE, K. Principles and practice of phytotherapy: modern herbal medicine. Edinburgh, Churchill Livingstone, 2000. p.643.

SIERPINA, V. S; WOLLSCHLAEGER, B; BLUMENTHAL, M. Ginkgo biloba. American Family Physician, Kansas City, v. 68, n.5 , p. 923-926. set. 2003.

Os Malefícios do Canabidiol

Conhecida tão popularmente como maconha, a planta Cannabis trata-se de uma das mais antigas plantas, sem interesse alimentar, cultivadas pelo homem. Apesar de ser conhecida principalmente como uma droga alucinógena, depressora do sistema nervoso central, atualmente muitos estudos vem sendo realizados sobre sua possível ação terapêutica no ser humano, sendo necessário para isso, o isolamento do Canabidiol, um composto presente em grande quantidade na planta, responsável por sua ação terapêutica, porém não psicoativo.

Diante dessa nova descoberta, e de sua divulgação nos veículos de comunicação, o Canabidiol se populariza cada vez mais, e suas ações terapêuticas vem se tornando assunto até mesmo nas “rodas de boteco”. Mas será que a planta é realmente tão benéfica? Ou melhor, será que ela é apenas benéfica?

É verdade que estudos sobre o assunto ainda são escassos, mas já existem alguns, disponíveis até mesmo na internet, que levantam hipóteses tanto para uma alteração dos neurônios, quanto para mutações celulares, sendo esta segunda ainda mais perigosa quando o consumo do Canabidiol for associado ao uso de álcool.

No sistema nervoso, o canabidiol provoca uma desregulação do nível de Ca2+ intracelular, gerando uma citotoxicidade que pode levar a morte dos oligodendrócitos, células responsáveis tanto pela formação quando pela manutenção da bainha de mielina dos axônios, no sistema nervoso central, o que consequentemente diminui a velocidade de transmissão dos impulsos nervosos propagados pelos neurônios.

Em outros estudos, analisou-se a ação do Canabidiol em células sanguíneas, e foi observado que a proporção de células com aberrações cromossômicas estruturais, manteve uma relação aproximadamente crescente com o aumento da taxa de Canabidiol aplicada.

É importante lembrar, por fim, que estudos deste tipo ainda são pouco produzidos, entretanto, considerando-se o alto consumo da maconha e o potencial terapêutico do Canabidiol, outros testes deveriam ser realizados antes de sua possível indicação clinica.

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Referências: SILVA, L. G. Avaliação mutagênica do canabidiol, um composto da maconha, por meio dos testes citogenéticos do micronúcleo e do cometa. Dissertação (mestrado) – Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Departamento de Medicina Legal. Área de concentração: Medicina Legal. Orientadora: Gilka Jorge Fígaro Gattás. Saúde, Ética & Justiça, 5/7(1-2):37-9, 2000-2002. [Resumo]

Mato, S., Victoria Sánchez-Gómez, M. e Matute, C. (2010), Cannabidiol induz a elevação do cálcio intracelular e citotoxicidade em oligodendrócitos. Glia, 58: 1739-1747. doi: 10.1002 / glia.21044