Propriedades do Maracujá

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O maracujá amarelo (Passiflora edulis), também conhecido como “maracujá azedo”, é originário do Brasil. É uma planta trepadeira, de crescimento vigoroso e continuo; com sistema radicular pouco profundo, caule trepador, folhas lobadas e verdes com gavinhas (órgãos de sustentação). Em algumas espécies, as folhas são arredondadas e em outras são partidas, com bordos serrilhados. As flores são grandes, vistosas, de diversas cores de acordo com a espécie e a variedade. O principal polinizador natural do maracujá é a abelha mamangava.

A floração ocorre no verão. Os frutos são arredondados e com numerosas sementes achatadas envoltas pela polpa gelatinosa e saborosa. O gênero Passiflora compreende cerca de 400 espécies, sendo que entre estas, 2 espécies são as mais importantes na produção de frutos: o P. edulis e o P. alata. Os frutos tem ampla utilização culinária, prestando-se para o consumo in natura e para o preparo de sucos, geléias, sobremesas e molhos para carnes.

Adequada para cobrir cercas, pérgolas e caramanchões, deve ser cultivada a pleno sol, em solo fértil com boa adubação orgânica regada periodicamente para uma boa floração e frutificação. A maioria das espécies não é tolerante ao frio e às geadas. Pode perder a beleza e a saúde com a idade, requerendo o replantio. Multiplica-se por estacas e principalmente por sementes.

A literatura etnofarmacológica registra o uso de suas folhas, na forma de chá, como calmante e suave indutor do sono. Estudo realizado com extratos de suas folhas tem demonstrado resultados compatíveis com a indicação popular, mas ainda não permitiu sua validação como medicamento sedativo. Sua utilização na forma de chá contra nervosismo e insônia foi referendada pela comissão alemã de validação de plantas medicinais, e continua sendo feita com base na tradição popular em vários países do mundo ocidental.

O chá utilizado é do tipo decocto (cozimento) e para prepará-lo, põe-se a ferver e, recipiente descoberto 3 a 4 folhas frescas (10g) bem picadas, ou 3 a 5 gramas de folhas dessecadas, em água suficiente para uma xícara (de chá). Toma-se uma xícara à noite para induzir o sono ou 2 a 3 xícaras ao dia, como tranquilizante, por períodos nunca superiores a uma semana. Recomenda-se evitar excessos, bem como o uso prolongado, pois pode causar toxidez. Para eliminação de certos compostos potencialmente tóxicos, recomenda-se a fervura demorada durante o cozimento (decocto).

 

Referências

CÓRDOVA, K.R.V.; GAMA, T.M.M.T.B.; WINTER, C.M.G.; NETO, G.K.; FREITAS, R.J.S. Características físico-químicas da casca do maracujá amarelo (Passiflora edulis flavicarpa degener) obtida por secagem. B.CEPPA, Curitiba, v. 23, n. 2, p. 221-230, jan./jun. 2005.

ROTILI, M.C.C.; VORPAGEL, J.A.; BRAGA, G.C.; KUHN, O.J.; SALIBE, A.B. Atividade antioxidante, composição química e conservação do maracujá-amarelo embalado com filme PVC. Rev. Bras. Frutic., Jaboticabal – SP, v. 35, n. 4, p. 942-952, Dezembro 2013.

A Camomila e sua ações farmacológicas

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A Camomila, Matricaria recutita é conhecida como um calmante natural. Com pequenas flores brancas, semelhantes à margarida, a camomila tem o cultivo anual e cresce espontaneamente na Europa e em algumas regiões da Ásia. A sua colheita deve ser feita antes do total amadurecimento, para que as suas propriedades sejam mantidas. Além disso, ela é usada para ajudar no tratamento de resfriados, inflamações nasais, sinusite, má digestão, insônia, ansiedade, nervosismo e dificuldade para dormir.

Os principais constituintes químicos são óleo essencial, flavonóides, cumarinas e mucilagem.

Os óleos essenciais são considerados  os principais componentes bioquímicos de ação terapêutica das plantas aromáticas e medicinais.

Os flavonóides são compostos naturais que apresentam estruturas fenólicas variáveis. Na Camomila, o principal deles é a apigenina, que tem capacidade anticarcinogênica e antioxidadante.l

As cumarinas são heterosídeos que apresentam diversas propriedades, dentre elas a do dicumarol que é anticoagulante, a dos furano-derivados com ação sobre o vitiligo, entre outras propriedades.

A mucilagem é uma secreção rica em polissacarídeos presente em certas  plantas, a mucilagem  mostra alguma eficácia no combate à inflamação das vias respiratórias (propriedade expectorante , antitussígena), irritação do trato digestivo e inflamação intestinal.

Referências:

AVALLONE, R. et. al. Pharmacological profile of apigenin, a flavonoid isolated from Matricaria chamomilla. Biochemical Pharmacology, Oxford, v. 59, n.11, p.1387–1394. jun. 2000.

DUARTE, M. do R; LIMA, M. P. de. ANÁLISE FARMACOPÉICA DE AMOSTRAS DE CAMOMILA – Matricaria recutita L., ASTERACEAE. Visão Acadêmica, Curitiba, v. 4, n. 2, p. 89-92, Jul.- Dez./2003

As atividades farmacológicas da Hortelã da Folha Miúda

A Mentha piperita L., a hortelã da folha miúda é uma folha usada desde a antiguidade na culinária, com propriedades medicinais e aromáticas. Suas origens são homenageadas no num mito grego que narra o conto de que a planta foi originalmente uma ninfa (Menta he), que foi transformada numa planta por Perséfone, que tinha ciúmes da afeição com o que seu marido Plutão tratava Menta he. Apesar de Plutão não poder reverter o feitiço que a sua esposa fez, Menta he emanava um cheiro doce, por isso, e devido às caminhadas que ela tinha feito em cima do jardim, o seu aroma tornar-se-ia delicioso para os sentidos.
O cheiro característico da Menta tornou-a uma das ervas mais populares de perfume de toda história. Ao redor do mundo, da Europa à Índia para o Oriente Médio, a hortelã tem sido utilizada para limpar o ar em ambos os templos e casas, também simboliza a hospitalidade em muitas culturas.

  • A Menta apresenta grande interesse econômico na obtenção de óleos essenciais, que tem ação antimicrobiana e espasmolítica.
  • O infuso de suas folhas frescas empregam-se contra a insônia, nervosismo e ansiedade, além de facilitar a digestão e a eliminação de gases do aparelho digestório
  • Possui atividades sedativas, cicatrizantes e desinfetantes. Usada popularmente como descongestionante nasal, esta erva é utilizada em casos de febre, prisão de ventre, reumatismo, dores de cabeça, nevralgias, hipotensão, cólicas biliares, gases intestinais, vômitos, asma, sinusite, mau hálito e no combate as verminoses, e no alívio de dores de dente mastigando-se a folha.
  • Aplicado sobre as têmporas e a nuca, o óleo de menta alivia dores de cabeça e quando misturado com água quente, proporciona melhora nos sintomas provocados pela gripe e laringite, como a rouquidão.
  • Na Homeopatia é utilizada na tosse seca, cólica hepática e externamente o tratamento de prurido vaginal.
  • Seus talos triturados são eficazes contra picadas de insetos e seu uso de forma externa é recomendado para tratamento contra acnes.
  • É utilizada na indústria de alimentos (doces e gomas de mascar e cosméticos), já que proporciona um sabor e aspecto refrescante.

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Como toda planta há algumas contraindicações com seu uso frequente, podendo provocar irritações na mucosa, diminuição do fluxo de leite materno, restringindo seu uso a lactantes e mulheres grávidas, além de depressão cardíaca, laringoespasmos e broncoespasmos, especialmente em crianças, como também irritabilidade nervosa.